Accell Group NV (ACCELL)

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  • Dezembro 12, 2021

 

 

Principais resultados da análise

 

A​​ Accell​​ é uma empresa holandesa com cerca de 3.139 colaboradores espalhados por 15 países, que projeta, fabrica e comercializa bicicletas tradicionais e elétricas de reconhecida qualidade. A​​ Accell​​ é talvez a empresa que mais contribui globalmente para a difusão das bicicletas elétricas (e-bikes), proclamando a autoria das​​ e-bikes​​ e das​​ e-mountainbikes. ​​ 

Os seus produtos inovadores continuam a receber prémios internacionais. Os produtos são representados por várias marcas destinadas a diversos usos, como​​ a​​ prática desportiva de alta performance, transporte de cargas, circulação urbana, entre outros.

A​​ Accell​​ acredita que a eletrificação do setor será o grande​​ driver​​ de crescimento no longo prazo. O ato de pedalar assistido por baterias torna a bicicleta num meio de transporte menos físico e mais atrativo para um grande grupo de pessoas e regiões. As viagens tornam-se mais curtas, graças a uma velocidade média maior, acelerações mais rápidas após paragens e uma maior facilidade nas subidas, a pedalar contra o vento ou a transportar carga.

A​​ Accell​​ apresenta um histórico de crescimento consistente, mostra uma boa situação financeira e opera num setor promissor, que deverá beneficiar com as políticas ambientais em curso.​​ 

O valo intrínseco obtido foi de 36.5 €/ação. À data desta avaliação, 10 de dezembro de 2021, as ações estavam a ser transacionadas por 41.2 €.

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Os produtos são vendidos em cerca de 80 países. A​​ Europa Central (Alemanha, Suíça e Áustria)​​ representa​​ 43% do total de receitas,​​ Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo)​​ representa​​ 26%​​ e​​ o​​ resto da Europa (sobretudo Reino Unido, países nórdicos e França)​​ é responsável por​​ 29%.

O​​ Outlook​​ para o setor das bicicletas é positivo.​​ A procura por bicicletas deverá crescer durante os próximos anos, impulsionada​​ pelos​​ subsídios e incentivos fiscais à utilização de bicicletas,​​ pela​​ melhoria das infraestruturas públicas​​ e pela​​ expansão​​ do conceito da bicicleta partilhada.

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Vários países da europeus estão a encorajar o uso de bicicletas elétricas, oferecendo subsídios ou incentivos fiscais na​​ sua​​ compra.​​ A crescente popularidade das​​ e-bikes​​ está em parte relacionada com​​ uma imagem​​ favorável​​ em termos​​ ambientais​​ e​​ com​​ o facto de se revelar uma boa alternativa ao carro e aos transportes públicos.​​ As bicicletas e as​​ e-bikes​​ em particular, são consideradas​​ parte​​ da solução para o congestionamento das cidades, emissão do CO2 e estilos de vida sedentários.

Várias cidades europeias estão a investir em infraestruturas para bicicletas, tornando a sua utilização mais segura​​ e eficaz.​​ O​​ governo​​ português, por exemplo,​​ anunciou​​ recentemente​​ que irá investir 300​​ milhões​​ de euros,​​ num total de mil quilómetros​​ de troços para bicicletas, em várias localidades do país, no âmbito do plano Portugal Ciclável 2030.​​ Até​​ há pouco tempo atrás,​​ o uso massivo de bicicletas urbanas eram um fenómeno​​ exclusivo da​​ Holanda e​​ da Dinamarca.​​ Atualmente está a assistir-se a uma mudança em vários países,​​ inclusive em​​ países​​ do sul da europa​​ como​​ a​​ Itália, onde as vendas subiram 20%​​ em 2020, impulsionadas sobretudo pela procura de​​ bicicletas urbanas.

O conceito de​​ partilha ou aluguer de bicicletas​​ está também a provocar mudanças no setor.​​ O aluguer ou partilha de bicicletas está a crescer em​​ várias​​ cidades,​​ com destaque para as​​ zonas estudantis,​​ havendo​​ muitas pessoas a passarem dos transportes públicos para​​ a bicicleta.

 

SITUAÇÃO FINANCEIRA

A​​ Accell​​ revela um crescimento consistente das receitas​​ (imagem seguinte), apresentando, entre 2011 e 2019, um crescimento anual composto (CAGR) de 7.4%. No ano de 2020 a empresa apresentou um crescimento de quase 17%, beneficiando do impacto positivo causado pela pandemia.​​ 

A procura continuou​​ forte em 2021, um​​ ano​​ que​​ deverá acabar da melhor maneira:​​ o​​ processo de fabrico​​ está mais prolongado devido a atrasos na entrega de componentes​​ o que,​​ combinado com problemas de logística que afetam todo o setor, deverá​​ adiar​​ uma parte importante das receitas para o último trimestre do ano.

 

 

O Resultado Operacional revela também um crescimento consistente ao longo dos anos (imagem seguinte), embora apresente uma quebra significativa entre 2015 e 2018.​​ Esta diminuição​​ é explicada​​ por uma reorganização​​ forçada​​ das operações​​ na América do Norte,​​ motivada por um​​ fraco desempenho operacional.​​ Em 2019, a empresa​​ venderia​​ as operações da América do Norte,​​ devido aos resultados persistentemente dececionantes.

 

 

A empresa apresentou um valor recorde de​​ free cash flow​​ (FCF)​​ em 2020, motivado por uma baixa taxa de impostos e por uma​​ grande​​ contenção de​​ custos. A baixa taxa de impostos é explicada pela​​ carteira​​ de impostos diferidos, de que a empresa fez uso em 2020. ​​ A contenção dos custos​​ refletiu-se numa redução acentuada do​​ Working Capital​​ (imagem seguinte). Ambos as situações têm cariz pontual, pelo que​​ não têm representatividade numa​​ avaliação a longo prazo da empresa.

 

Nas figuras seguintes é possível verificar que a​​ Accell​​ apresenta um balanço robusto, bons rácios de solvabilidade e liquidez. A última figura demonstra que a empresa tem conseguido​​ aumentar as suas reservas​​ ao longo dos anos.

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TESE DE INVESTIMENTO

A​​ Accell​​ apresenta um histórico de crescimento​​ consistente,​​ mostra uma​​ boa​​ situação​​ financeira​​ e​​ opera num setor promissor, que deverá beneficiar com as políticas ambientais em curso.​​ 

A empresa tem muito por onde crescer, uma vez que a grande parte das receitas​​ está concentrada num pequeno número de países. No entanto,​​ não é garantido que a​​ Accell​​ consiga ser bem-sucedida numa eventual internacionalização, como​​ em 2019,​​ quando se​​ viu forçada a vender as operações​​ na América do Norte​​ perante resultados negativos​​ persistentes.​​ 

A​​ Accell​​ continuará a tentar destacar-se através da inovação e​​ da​​ qualidade dos seus produtos. Mas o setor das bicicletas tem poucas barreiras à entrada e os produtos, incluindo as​​ e-bikes, não têm grande tecnologia associada.​​ Como tal,​​ apesar da margem operacional​​ apresentar uma tendência de subida desde 2017 -​​ subiu​​ 2.5 pontos percentuais desde​​ essa altura -​​ no nosso modelo considerámos que a margem operacional subirá apenas​​ mais​​ 2 pontos percentuais​​ até alcançar a maturidade.​​ 

Nas receitas,​​ estimámos um CAGR de 7% até 2025​​ (em sintonia com as projeções dos analistas), a reduzir gradualmente até​​ estabilizar num crescimento médio anual​​ de 2%.​​ ​​ A​​ taxa de impostos​​ utilizada foi​​ de​​ 25%, correspondendo​​ à​​ taxa marginal praticada atualmente na Holanda.

Mantivemos os gastos de capital​​ em linha com os valores registados nos últimos 5 anos.

O valo intrínseco obtido foi de​​ 36.5​​ €/ação. À data desta avaliação,​​ 10 de dezembro de 2021,​​ as ações estavam​​ a ser transacionadas por​​ 41.2​​ €.

 

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