CTT – Correios de Portugal
Principais resultados da análise
O grupo CTT conseguiu manter o volume de receitas de 2019, apesar de todos os condicionalismos provocados pela pandemia. No entanto, o Resultado Líquido não mostrou a mesma resiliência, registando uma descida de 43% face ao ano anterior.
O volume de receitas foi sustentado sobretudo pelo segmento Expresso e Encomendas, que registou uma subida de 26.6% face a 2019. O segmento de correio registou uma decida de 10.8%, agravando a tendência de descida dos anos anteriores. Em termos homólogos, o Banco CTT foi o segmento que registou a maior subida, ainda que o seu impacto no resultado total tenha sido pequeno, face às restantes unidades de negócio.
Considerando os impactos causados pela pandemia e adotando um novo modelo de previsão aos CTT, revemos em baixa o valor intrínseco obtido na análise anterior, passando-o para 2.41 €/ação. A este resultado está associada uma grande margem de erro, devido à falta de informação sobre a área de negócios do Banco CTT, disponível no Relatório & Contas da empresa.
À data desta avaliação, 14 de abril de 2021, as ações dos CTT estavam a ser transacionadas a 3.48 € por ação.
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RESULTADOS DE 2020
Em 31 de Dezembro de 2020, os rendimentos operacionais dos segmentos “Correio”, “Expresso & Encomendas” e “Banco” representaram 57%, 26% e 11% respetivamente, dos rendimentos operacionais consolidados. O volume de receitas do Banco correspondia a menos de um quarto do volume dos correios e a menos de metade do volume do segmento Expresso e Encomendas.
A diferença registada no Resultado Líquido face a 2019 deveu-se sobretudo a um aumento do volume de depreciações e dos gastos relacionados com Fornecimentos e Serviços Externos. O aumento do volume de depreciações está relacionado, em grande parte, com um alargamento dos prazos de locação de edifícios e viaturas. A subida dos gastos de Fornecimentos e Serviços Externos dizem respeito à rubrica de “Transportes de mercadorias” e está relacionada com a alavancagem de crescimento do segmento “Expresso & Encomendas”.
O investimento realizado em 2020 foi direcionado para as áreas de negócio em expansão, ou seja, “Expresso & Encomendas” e “Banco”.
Um aspeto positivo relevante de 2020 prende-se com a subida do capital próprio da empresa (ver imagem seguinte, Total Equity), depois de anos de declínio. O capital próprio aumentou 18.9 M€ graças ao contributo do resultado líquido, no valor de 16.7 M€ e do aumento da rubrica “Outras Variações no Capital Próprio”, no valor de +2.1 M€, em resultado de ganhos reconhecidos com o Plano de Saúde dos CTT.
TESE DE INVESTIMENTO
Na última avaliação dos CTT realizada em março de 2020, precisamente há um ano atrás, obtivemos um valor intrínseco de 3.41 €/ação. Nessa avaliação assumimos que o resultado apresentava uma margem de erro elevada, devido à falta de informação relativa à área de negócios do Banco CTT. Essa informação continua a estar escassa no Relatório & Contas de 2020, condicionando a realização de uma avaliação mais detalhada e precisa.
Desta vez, decidimos adotar um modelo de previsão diferente do utilizado em 2020, ainda que o resultado deva ser encarado com uma grande margem de erro também. Neste modelo considerámos que os Rendimentos Operacionais irão continuar a decrescer no segmento de Correios, a uma taxa de 5% ao ano a partir de 2022. Considerámos que o Banco CTT será o grande veículo de crescimento dos próximos anos, representando mais de 40% do volume total de receitas no ano 10 da nossa simulação.
Considerámos ainda que a área de negócio “Expresso & Encomendas” registará uma taxa de crescimento mais modesta que a do segmento “Banco”, refletindo a falta de qualidade que, na nossa opinião, este serviço tem demonstrado face às empresas concorrentes. Este serviço demonstrou alguma descoordenação e desorganização ao longo da pandemia, caracterizando-se por vários atrasos nas entregas e incoerências nas informações disponibilizadas no seu canal de acompanhamento de encomendas. Era inevitável que o serviço crescesse no contexto especial da pandemia, no entanto, num contexto normal, poderá ter dificuldade em afirmar-se.
Tudo isto se traduz num crescimento anual de 5% nos próximos 10 anos, passando para um crescimento de 2% a partir dessa altura (ver imagem abaixo).
Considerando um Resultado Líquido de 28 M€ como ponto de partida (valor que estimámos para 2021), obtém-se um valor intrínseco de 2.41 €/ação (ver imagem abaixo). A diferença face ao valor obtido na avaliação de 2020 é justificada pelo impacto que a pandemia teve nas contas do Grupo, em particular na área de negócios dos Correios e pela aplicação do novo modelo de previsão.
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