SONAE SGPS SA (SON)
Principais resultados da análise
A SONAE apresenta um aumento consistente do volume de vendas ao longo dos últimos anos, beneficiando da conjuntura económica favorável que se viveu nesse período.
O resultado líquido da empresa tem apresentado uma tendência de crescimento. No entanto, uma parte importante deste resultado está alicerçada no lucro não operacional, que geralmente apresenta um cariz não recorrente.
A dívida total da SONAE, em relação ao património líquido, apresenta uma tendência benigna ao longo dos últimos anos.
As ações da empresa, à data desta análise, estão a ser vendidas a um preço elevado à luz do seu desempenho operacional. Mas também a um preço historicamente baixo relativamente ao seu património líquido.
Pesando os prós e contras, consideramos que o crescimento histórico do Património Líquido se manterá na mesma linha dos últimos anos, pressionando o preço das ações na direção da subida. Por outro lado, a aposta nas lojas de proximidade deve pesar favoravelmente nas vendas da empresa. A isso acrescem ainda outras potenciais fontes de receita provenientes da Sonae Sierra, nomeadamente da expansão do NorteShopping e do Colombo em Portugal, ou da aposta na internacionalização. Como tal, estimamos uma ligeira subida do ROE para os próximos dez anos, a convergir para a média da indústria. Isso resulta num valor intrínseco por ação de 0.90€. Considerando uma margem de segurança de 10%, recomenda-se a compra de ações da SON ao preço máximo de 0.81€ por ação.
Ver análise detalhada
Introdução
Nesta avaliação será efetuada uma análise assente no histórico dos dados financeiros e dos principais indicadores de desempenho, o que permitirá obter uma boa aproximação do valor da empresa. A avaliação é baseada na informação disponível nos relatórios e contas, em estudos publicados, em artigos disponíveis na imprensa, legislação, etc.
Os dados financeiros das empresas aparecem resumidos em três tipos de formatos: demonstração de resultados, balanço e o fluxo de caixa.
A demonstração de resultados apresenta a quantia que a empresa faturou num determinado período de tempo (vendas) e a quantia que utilizou para obter essas receitas durante o mesmo período de tempo (custos). Analisando a demonstração de resultados podemos verificar se as receitas estão numa tendência crescente ou decrescente, se as despesas estão em linha com as receitas, se os lucros são consistentes ou voláteis, se apresentam um padrão cíclico, entre outros. Os preços das ações da grande maioria das empresas estão relacionados com os lucros, pelo que a análise da demonstração de resultados assume uma grande importância no processo de previsão do preço das ações.
A estrutura de balanço reflete a condição financeira da empresa em determinado instante. Através do balanço é possível verificar a solvência da empresa, a sua liquidez, a sua eficiência operacional, entre outras características. Um balanço forte pode ser um indicador de resistência a ciclos económicos adversos.
O fluxo de caixa reflete o dinheiro que realmente entrou e saiu da empresa durante um determinado período de tempo (tipicamente 1 ano). O histórico do fluxo de caixa permite saber a quantia que a empresa realmente gasta e que efetivamente recebe, fornecendo informação indispensável para o cálculo do seu valor intrínseco.
Ao longo desta análise será interpretada a informação disponibilizada por estes três formatos e, recorrendo a indicadores-chave, será calculada uma primeira estimativa do valor da empresa.
Descrição da empresa
A Sonae SGPS SA é uma empresa que opera na área do retalho, serviços financeiros, tecnologia, centros comerciais e telecomunicações. As divisões da empresa incluem:
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A Sonae Retalho, retalhista que inclui a Sonae MC (insígnias Continente, Continente Modelo, Continente Bom Dia, Go Natural, Well´s, e as lojas franqueadas Meu Super), Sonae RP (gestão do portfólio de imobiliário do retalho), Maxmat (bricolage, construção, banho e jardim), Worten (comércio eletrónico) e Sonae S&F (venda de vestuário, calçado e acessórios);
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Sonae IM, que possui uma estratégia de gestão ativa do portfólio, com o objetivo de construir e gerir um portfólio de empresas de base tecnológica ligadas ao retalho e às telecomunicações.;
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A Sonae Sierra, que gere e aluga os centros comerciais da Sonae;
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A Sonae FS, que se dedica à prestação de serviços financeiros;
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A NOS, que fornece serviços de telecomunicações e entretenimento.
Em 2018, a SONAE deu continuidade a algumas alterações estratégicas, que merecem ser relevadas.
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A SONAE MC abriu um conjunto significativo de novos espaços comerciais, apostando nas lojas de proximidade. Uma estratégia que parece estar a produzir resultados, uma vez que a Sonae MC registou um crescimento do volume de negócios de 7,0% em termos homólogos, o crescimento anual mais elevado da última década;
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A empresa aumentou a sua participação na Sonae Sierra de 50% para 70%. A Sonae pretende apostar na internacionalização, acreditando que será um fator-chave de crescimento durante os próximos anos. Uma das ambições é tornar a Sonae numa grande organização multinacional e a Sonae Sierra será fundamental nesse processo, uma vez que é a empresa mais internacional do Grupo;
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A Sonae concluiu a criação do Iberian Sports Retail Group (ISRG), onde detém uma participação de 30%. A ISRG é o segundo maior retalhista ibérico de desporto e assume o objetivo de se tornar líder de mercado. Os resultados deste plano de integração, tanto em Espanha como em Portugal, foram muito positivos durante o ano de 2018;
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A Sonae concluiu, já em janeiro de 2019, a aquisição de 60% na empresa espanhola de retalho de parafarmácias e perfumarias, Arenal. O segmento de saúde e bem-estar é uma das principais áreas de crescimento da Sonae.
O conselho de administração da empresa assume que os dividendos são uma componente fundamental na estratégia de criação de valor para os acionistas, tendo como objetivo aumentá-los todos os anos. O histórico dos dividendos por ação mostra que a SONAE tem conseguido cumprir com esse objetivo ao longo dos anos:
Figura 1 – Evolução dos dividendos por ação, .10-2€/ação (fonte: R&C Sonae)
Situação financeira
Análise dos resultados
O volume de vendas é o primeiro dado a analisar na demonstração de resultados. As vendas são a força vital das empresas. Sem elas não há lucro ou qualquer perspetiva de negócio. A análise do histórico do volume de vendas permite avaliar a exposição da empresa aos ciclos económicos e perceber se o negócio está em expansão ou em retração.
O volume de vendas da SONAE tem sido marcado por um crescimento expressivo desde 2012 e o ano de 2018 não foi exceção nessa matéria.
No entanto, alargando o espectro da análise, verifica-se que a SONAE está exposta aos ciclos económicos, facto que se pode constatar pela diminuição do volume de vendas registado entre 2008 e 2012, o período da mais recente crise económica vivida em Portugal (Figura 2). Nas indústrias muito competitivas como a do retalho, em que as margens de lucro são pequenas, uma diminuição do nível de atividade pode resultar num prejuízo operacional para a empresa, já que os custos operacionais se mantêm mais ou menos inalterados apesar da diminuição do volume de vendas.
Figura 2 – principais dados da demostração de resultados
O resultado operacional reflete a capacidade que a empresa tem de gerar receita. Tal como o nome indica, este dado mostra o resultado gerado exclusivamente pelas operações do negócio, antes de ser descontada a verba destinada ao pagamento de juros e impostos. Dado que o resultado não é distorcido pelo nível de endividamento em que diferentes indústrias operam ou pelas taxas tributárias que diferem de país para país, o resultado operacional é um indicador particularmente útil quando se pretende comparar diferentes empresas.
Analisando os últimos 5 anos, constata-se que o resultado operacional registou uma descida entre 2014 e 2016, tendo-se assistido a uma alteração da tendência desde então. A tendência de subida do Resultado Operacional que se mantem desde 2016 é um ponto positivo nos dados financeiros da Sonae (Figura 3).
Figura 3 – Evolução do Resultado Operacional
O Resultado Operacional corresponde ao somatório de diversas parcelas, das quais se destacam as seguintes (Figura 4):
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Gross Profit, ou margem bruta: é um indicador que revela a quantidade de dinheiro disponível das vendas após dedução do custo dos produtos vendidos. A margem de lucro bruto geralmente aparece expressa como uma percentagem das vendas.
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Selling, General and Administrative Expenses (SG&A): inclui todas as despesas gerais e administrativas incorridas durante o período contabilístico. Estas incluem salários de gestão, publicidade, custos de representatividade, honorários, comissões, entre outros.
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Depreciação e Amortização: é uma rubrica onde se reconhece o desgaste que as máquinas e edifícios vão apresentando ao longo do tempo.
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Outros ganhos/custos operacionais: inclui receitas de todas as outras atividades operacionais que não estão relacionadas com as principais atividades da empresa, como ganhos / perdas em alienações, receita de juros, receita de dividendos, etc.
Figura 4 – Componentes do Resultado Operacional da SONAE
Pela análise do histórico verifica-se uma evolução positiva do Gross Profit Margin ao longo dos últimos três anos. Isso poderia ser sinónimo de que a empresa estaria a conseguir aumentar os preços de venda dos seus produtos, ou a diminuir os custos dos seus bens ou serviços. No entanto, estes valores devem-se exclusivamente a um ajuste contabilístico, que consistiu na passagem dos proveitos suplementares (relacionados com acordos celebrados com fornecedores e outros parceiros que têm como objetivo a prestação de um serviço em loja) da rubrica “outros rendimentos” para a rubrica “custo das vendas”, o que favoreceu o Gross Profit. Mesmo com esse ajuste a pesar favoravelmente no Gross Profit Margin, o indicador apresenta valores abaixo dos 40%, significando que a SONAE opera num ambiente competitivo, com margens de rentabilidade reduzidas.
A análise do histórico da SONAE mostra-nos que entre 2012 e 2016 a empresa apresentou rácios muito elevados nas despesas gerais e administrativas relativamente ao Gross Profit - custos de SGA próximos ou acima de 100% do Gross Profit estão associados a setores muito competitivos - tendo ocorrido uma alteração da tendência nos últimos anos (Figura 5). Isso deve-se essencialmente ao ajuste contabilístico referido no parágrafo anterior.
Figura 5 – Gross Profit Margin e SG&A em % do Gross Profit
Fazendo uma análise holística das principais componentes do Resultado Operacional (Figura 6) verifica-se uma acentuada descida da rúbrica Other Income/Expense, Operating, passando para valores negativos nos últimos dois anos, o que está relacionado com o ajuste contabilístico dos proveitos suplementares, já referido acima.
Analisando os custos operacionais dos últimos anos com maior em detalhe, verifica-se que a subida mais expressiva ocorreu nos custos de SG&A, em particular nos salários e nas rendas (o aumento das rendas será fruto das operações de sale&leaseback, que será referido no ponto seguinte).
Figura 6 – Principais componentes do resultado Operacional
O resultado não operacional (Figura 2, Non-Operating Income/Expenses, Total) deve-se, geralmente, a eventos não recorrentes, pelo que muitos investidores optam por não os considerar no processo de avaliação de uma empresa.
O resultado não operacional tem tido um peso relevante no resultado líquido da empresa desde o ano de 2015 (Figura 2). Dado o seu caracter não recorrente e o peso que apresenta no saldo final, o resultado líquido da Sonae poderá ser impactado negativamente no futuro, caso a empresa não consiga manter o resultado não operacional.
A tendência positiva do resultado não operacional verificada nos últimos anos deve-se a vários fatores, nomeadamente:
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Redução dos juros pagos, beneficiando da conjuntura internacional favorável;
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Aumento dos ganhos com associadas, Joint Ventures e outras participações – em 2018 está incluído a venda de metade da participação da OutSystems, no valor de €38.3M;
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Aumento na alienação de ativos - estão incluídos os ganhos relativos à operação de “Sale & Leaseback”i no valor de 37,4 milhões de euros e a alienação de duas propriedades de investimento no valor de 28 milhões de euros.
O primeiro fator deverá continuar a gerar retornos nos próximos anos. No entanto, os valores associados à alienação de ativos e a ganhos registados com associadas deverão apresentar diminuições em 2019.
Analisando a repartição do resultado direto ficamos com uma ideia das áreas que mais contribuíram para o resultado líquido consolidado. O resultado direto da Sonae corresponde ao resultado do período excluindo parte dos resultados da Sona Sierra e ainda imparidades em ativos imobiliários de retalho, reduções no Goodwill, provisões e imparidades, entre outros.
A Sonae MC, a Sonae RP e a Sonae Sierra foram as divisões que mais contribuíram para o resultado direto, antes de juros e impostos, em 2018.
Destaca-se o desempenho da Sonae MC, que registou um crescimento de 7% no volume de negócios (Figura 7).
Figura 7 – contributo das divisões da SONAE para o Resultado Direto antes de juros e impostos, consolidado
A exposição à dívida e os gastos de capital podem ser analisados de uma forma indireta na demonstração de resultados, através da observação dos juros pagos pela empresa e do valor assumido em amortizações e depreciações.
No ano 2018 os juros pagos corresponderam a cerca de 22% dos ganhos operacionais, o que não é excessivo. O valor anual de depreciação ficou abaixo dos 15% do Gross Profit.
Figura 8 - juros pagos em % do Resultado Operacional
Estrutura do balanço
No balanço começamos por analisar os ativos mais líquidos, nomeadamente a quantidade de dinheiro disponível. Quando existe muito dinheiro disponível em relação ao preço de mercado dos títulos, é um sinal positivo. Nesse caso, as ações podem valer mais do que o resultado líquido indica, sendo provável que os acionistas venham a beneficiar desses ativos por meio de dividendos ou através de lucros gerados pela aplicação desse dinheiro em investimentos adequados. Muito dinheiro disponível indica uma de duas coisas: a empresa tem uma vantagem competitiva que se está a traduzir em ganhos financeiros, o que é positivo, ou a empresa vendeu parte dos seus ativos ou ações, o que não é tão positivo.
No caso da SONAE existe um volume considerável de caixa e equivalentes, de 0.34 € por ação, que corresponde a mais de 30% do preço das ações à data desta análise, o que irá pesar favoravelmente na avaliação final da empresa.
A rubrica goodwill também merece ser analisada. O aumento de goodwill geralmente está relacionado com a aquisição de novos negócios.
No caso da SONAE verifica-se um aumento desta rubrica em 2018 que está relacionada com a aquisição de parte da SONAE Sierra e de outros negócios. Numa análise futura da SONAE será pertinente estimar o retorno que estes investimentos poderão dar à empresa.
Empresas muito endividadas estão mais expostas a ciclos económicos desfavoráveis, como uma recessão. Como regra, as empresas com uma vantagem competitiva durável exibem pouca ou nenhuma dívida de longo prazo. Em empresas com dívida no balanço deve ser analisado o respetivo histórico e verificada a tendência registada nos últimos anos.
A SONAE revelou uma tendência decrescente da dívida até 2014, mas a partir dessa data inverteu a tendência. Comparando a dívida de longo prazo com o resultado líquido podemos ficar com uma ideia do grau de endividamento da empresa. A SONAE apresente um rácio próximo de 8, o que é elevado (Figura 9). No entanto, este aumento reflete o investimento aplicado na abertura de novas superfícies comerciais, dos quais se espera um aumento das vendas e do lucro gerado na empresa.
Figura 9 – Dívida de longo prazo
Numa das suas últimas entrevistas, Ben Graham, o pai da análise fundamental, informou que usava um critério simples para medir a solvência de uma empresa. Uma empresa deve possuir o dobro do que deve. Por outras palavras, o rácio Total Assets / Total Liabilities deve ser maior ou igual a 2.
A SONAE registou um rácio de 1.7 em 2018, mas revela uma tendência de subida neste indicador, o que é um bom sinal (Figura 10).
Figura 10 – relação dos ativos e passivos
A relação da dívida com o património líquido pode ser utilizada para perceber o modo como a empresa se financia. Basicamente a empresa pode financiar-se recorrendo a dívida ou ao seu próprio capital (que inclui o dinheiro aplicado pelos acionistas e os lucros acumulados). Quando uma empresa recorre constantemente a dívida para se financiar, apresenta um perfil de maior risco para o investidor.
Na SONAE o indicador debt-to-equity ratio tem revelado uma tendência de diminuição ao longo dos últimos anos, o que significa que a empresa apresenta, atualmente, um perfil de menor risco no que concerne ao endividamento (Figura 11).
Figura 11 – histórico do debt-to-equity ratio
Para medir o retorno do capital investido na empresa destacamos 3 indicadores: Return on Equity, Return on Capital Employed, e Return on Acess. O enfoque num ou noutro indicador varia conforme o tipo de análise que pretendemos fazer.
No Return on Capital Employed (ROCE) compara-se o resultado líquido operacional com o capital investido na empresa. Um ROCE de 20% significa que por cada euro investido, a empresa obteve 20 cêntimos de lucro operacional. Consideramos que este indicador é o mais adequado para efeito de benchmarking com outras entidades, já que permite uma compararão dos resultados antes dos juros e impostos, fatores estes que variam entre indústrias ou países, distorcendo os resultados.
No caso da SONAE é possível observar uma diminuição dos 3 indicadores nos últimos 5 anos (desde 2014), o que significa que a rentabilidade dos investimentos tem vindo a diminuir (Figura 12).